Materialismo Histórico

Introdução

    Nessa aula abordaremos os principais aspectos da teoria elaborada por Karl Marx e Friedrich Engels, que contesta o Capitalismo.

    Karl Heinrich Marx nasceu em Trèveris, na Alemanha no dia 5 de maio de 1818, em 1835 começou a estudar Direito, em 1836 mudou para Berlim onde cursou Filosofia.
    Não foi aceito como professor e começou a trabalhar na imprensa, morou ainda na França, Bélgica e Inglaterra. Morreu em Londres em 14 de março de 1882.
    Marx foi filósofo, político, economista, sociólogo e jornalista, sua teoria e suas obras influenciaram movimentos políticos e sociais que se opuseram ao capitalismo e se encontra de forma marcante, até hoje, não só nos círculos acadêmicos, mas em toda a sociedade.

Principais obras

    Marx escreveu quase 100 livros, além de panfletos e artigos que analisaram a realidade, estruturaram suas ideias e propuseram mudanças para a sociedade.
    Das suas obras podemos destacar dois livros
    O Manifesto Comunista foi escrito em 1848 em parceria com Friedrich Engels, apresenta a teoria da luta de classes e do materialismo histórico.
    Após fazer uma investigação científica sobre o trabalho proletário, Marx percebeu a força e a potência da união e organização da classe trabalhadora. Sua proposta com esse livro é, além da exposição de suas ideias sobre como esse processo da luta de classes poderia promover o comunismo, fazer um chamado para a participação dessa classe no movimento.
    A publicação do Manifesto levou Karl Marx a ser reconhecido como o líder do partido comunista, que se apresentou em prol da democracia revolucionária moderna

    O Capital na verdade, é uma coletânea de 4 volumes, e cada um se refere a uma parte do assunto:
   * O processo de produção do capital;
   * O processo de circulação desse capital;
   * A globalização por meio da produção capitalista;
   * A teoria da mais-valia.
    Nessa obra, Marx faz uma crítica ao modelo econômico e político do capitalismo. Nos três primeiros livros, o autor apresenta as contradições e falhas econômicas do sistema capitalista, no quarto livro do conjunto ele expõe sua teoria e soluções para os problemas apresentados.


Base do Pensamento de Marx

    Materialismo histórico e dialético é o nome da teoria desenvolvida por Marx e Engels.
    Marx foi profundamente influenciado pelo filósofo Hegel, que havia formulado uma teoria dialética baseada segundo seu autor, era uma espécie de ideia metafísica e coletiva que fazia com que as pessoas vivessem de certo modo.
    No início, Marx foi adepto dessa teoria, porém, com o passar do tempo, ele percebeu contradições internas nela

    O materialismo histórico pretende, inicialmente, romper com qualquer tradição idealista. Para Marx, o idealismo está apenas no plano ideal e não consegue concretizar nada que de fato modifique a sociedade. A pretensão desse autor era promover uma revolução social que subvertesse a ordem vigente de poder da classe dominante sobre a classe dominada. Nesse sentido, a característica fundamental do entendimento do materialismo histórico é a mudança social, de modo que o proletariado possa acessar o poder e estabelecer um governo de uniformidade social.
    A teoria marxista entende que a humanidade define-se por sua produção material, por isso a palavra “materialismo” em seu nome. O marxismo entende que a história da humanidade é a história da luta de classes, colocando, assim, as classes sociais como opostas.
    O materialismo dialético é, então, o entendimento de que há uma disputa de classes sociais histórica desde os primórdios da humanidade e que ela está condicionada à produção material (trabalho e resultado do trabalho) da sociedade. O problema é que, na ótica marxista, o proletariado trabalha e a burguesia desfruta do lucro proporcionado pela classe operária por meio da apropriação do trabalho e do que Marx chamou de mais-valia.    
    Para Marx e Engels, há uma contradição interna no sistema capitalista que faz com que os trabalhadores (proletariado) vejam-se como produtores de tudo por meio de sua força de trabalho, mas excluídos do sistema educativo, de saúde e de segurança. Os trabalhadores produzem, mas não conseguem acessar aquilo que é deles por direito.
    A burguesia, por sua vez, não trabalha (na ótica marxista, os burgueses apenas administram aquilo que o proletariado produz), mas desfruta daquilo que rende do trabalho proletário e ainda tem acesso aos serviços de saúde, educação e segurança. 

    Para eles, os trabalhadores deveriam tomar consciência de classe perceber que estão sendo enganados nesse sistema. A partir daí, eles deveriam unir-se e tomar o poder das fábricas das mãos da burguesia e o poder do Estado, que, segundo Marx e Engels, serve à burguesia.

    A revolução do proletariado, como Marx denominou, seria a primeira fase de um governo que tenderia a chegar ao seu estado perfeito: o comunismo, onde não haveria classes sociais (como burguesia e proletariado). No entanto, para isso, seria necessário um governo ditador baseado na força proletária, a ditadura do proletariado. Durante esse tempo, as classes sociais seriam suprimidas pela estatização total da propriedade privada.

 


 Mais Valia

    Depois de analisar a organização das fábricas Marx elaborou a teoria da mais valia, que é a diferença entre valor do trabalho e salário pago a quem exerce o trabalho, ela significaria o mesmo que o “lucro” de uma certa ótica.

    As características da mais vaia são:
        Os trabalhadores recebem valor inferior ao seu trabalho;
        O salário não condiz com o esforço;
        Lucros do sistema em função do trabalho explorador;
        Trabalhadores, com os salários, não consomem aquilo que produzem;
        Trabalhador “paga” para trabalhar.
    Marx cita dois tipos de mais valia, a absoluta e a relativa.
   Na mais valia absoluta se dá pela intensificação da exploração do trabalhador, como no aumento no ritmo de trabalho, nas rotinas produtivas severas, determinações de práticas específicas, uso do tempo de descanso para produção, sistema de turnos, prolongamento da jornada de trabalho, redução salarial etc, fazendo-o produzir mais mercadorias – e mais valor – sem aumentar o custo de sua força de trabalho.
    Na mais valia relativa se dá através da inovação tecnológica e da incrementação dos métodos de produção. É por meio deste desenvolvimento técnico que se reduz o tempo de trabalho socialmente necessário para produzir determinadas mercadorias.
    O consequente aumento na produtividade, quando o trabalho morto – trabalho anterior contido nas matérias-primas etc – através das máquinas assume lugar do trabalho vivo – novo valor adicionado através do trabalho –, reduz o valor das mercadorias.




    Outro conceito interessante na teoria marxista é a Alienação, numa linha de produção, por exemplo, o trabalhador faz apenas parte do processo, estando completamente alheio ao produto final e, por consequência, do valor agregado ao bem a partir de seu trabalho.
    Com a revolução industrial, o trabalhador é alienado dos meios de produção, que passam a ser propriedade da burguesia, que também é dona do produto final. Resta ao trabalhador, apenas, a posse de si mesmo, entendida como força de trabalho.
    O trabalhador passa a ser precificado e compreendido como mais um custo dentro do processo produtivo, igual às máquinas e ferramentas. Esse pensamento, é responsável pela desumanização do trabalhador e a origem do trabalho alienado.


Bibliografia

Sites
www.ebiografia.com
www.stoodi.com.br
www.brasilesccola.uol.com.br
www.todoestudo.com.br
www.rennancantuarlafiles.wordpress.com
www.todamateria.com.br

Livros
CLARET, Martin org. O pensamento vivo de Karl Marx. Martin Claret Editores, SP, 1985.
MARX, Karl & ENGELS, Friedrich. Manifesto do Partido Comunista. Vozes, RJ, 1990,

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