África antes dos Europeus: Mais do que apenas “o berço do Homem” - 7º Ano
África antes dos Europeus: Mais do que apenas “o berço do Homem”
Densas florestas, savanas ricas em vida animal, litoral farto, e ao leste grandes montanhas e lagos. Os primeiros homens que não migraram do continente africano para outros lugares do mundo viveram milhares de anos isolados pelo mar e pelo deserto, e desenvolveram sociedades tão avançadas quanto a sociedade egípcia.
Isolados é um modo de dizer, já que entre todos os povos africanos existia um comércio muito grande. Ouro extraído da região de Gana chegava aos egípcios através da Núbia. Peles de animais exóticos caçados nas florestas africanas eram vendidas na Ásia Menor.
Os berberes do Saara comercializavam com os árabes e europeus nas costas do Mediterrâneo o marfim retirado dos elefantes das savanas. O ferro, introduzido no Egito pelos assírios por volta de 500 a.C., era fundido no interior da África em 100 d.C. com um processo semelhante ao que os europeus só utilizariam no início da Idade Moderna.
O isolamento destes povos africanos era social. Por não sofrerem infliencia direta de nenhum povo asiático ou europeu, com o tempo muitas das tribos chegaram a níveis de organização que causaram espanto nos primeiros europeus que mergulhar no interior da África.
Reinos como Songhai, Yam, Kerma, Napata, Ashanti, Abomey, Oyo e Mossi tinham um Estado altamente organizado, um conselho de anciãos, que definia e controlava o poder exercido pelo governante da tribo e um sistema administrativo muito parecido com os sistemas de outras partes do mundo.
Muitos dos reinos eram cidades-estados com suas áreas de influência, chegando a controlar diversas outras tribos. Mas as disputas dificilmente chegavam às vias de fato, à guerra, pois os líderes africanos com o passar dos séculos desenvolveram um sistema exogâmico — quando não há casamento entre parentes próximos — , o que acabava tornando os líderes das diversas tribos parentes uns dos outros.
Quando havia uma disputa, ela era resolvida pela força organizada , apenas como punição, não como motivo para conquistar mais terras, ou pelo diálogo. Neste caso a resolução ficava nas mãos de um conselho de sábios formados por membros das tribos envolvidas. Mas por que este costume? Na verdade, os líderes não desejavam combater os parentes, apenas resolver o problema da melhor maneira possível, sem mortes.
Os africanos tinham uma noção de deus único, maior, criador, distante do homem, assim como no cristianismo ou no islamismo.
Os desígnios de deus estavam fora de seu controle e de sua compreensão, e em cada grupo étnico o deus-maior recebia um nome diferente: para os Yoruba, por exemplo, era Olorum. Os Ewe chamavam-no de Mawu. Os Ashanti, de Onyankopoa.
Os africanos cultuavam as forças da natureza e davam a elas personalidades humanas.
Assim como Iansã, Ogum ou Oxossi, outros deuses faziam parte da religião africana. Cada culto, em cada região o grupo étnico que ali vivia tinha suas particularidades, mas de um modo geral podemos dizer que a religião dos povos sub-saarianos era bem parecida com a dos povos antigos, adoradores da natureza e de seus fenômenos naturais.
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