Movimentos de contestação - Canudos, Contestado e Cangaço - 9º Ano

No período da República Cafe-com-leite ocorreram várias movimentos de contestação ao poder dos “coronéis”, basicamente foram de dois tipos, movimentos urbanos, que reuniram militares, ou descontentes com os desmandos dos governantes (Revolta da Chibata, Revolta da Vacina e Movimentos Tenentistas, Greve de 1922 em São Paulo) e movimentos rurais, de caráter messiânico (seus lideres se consideravam enviados de Deus) e contestavam a república como Sistema de governo (Canudos, Contestado e Cangaço).


Canudos

Canudos foi dos principais conflitos desse período seu principal líder foi Antônio Conselheiro, extremamente religioso fazia pregações no interior nordestino, reconstruindo Igrejas e cemitérios, pregando sobre a volta de Cristo e contra a República.

Defendia que os homens deveriam se livrar das opressões e injustiças que lhes eram impostas, buscando superar os problemas de acordo com os valores religiosos cristãos. Com palavras de fé e justiça, Conselheiro atraiu muitos sertanejos que se identificavam com sua a mensagem.

Com o aumento do seu número de seguidores e a pregação de seus ideais contrários à ordem vigente, Conselheiro fundou – em 1893 – uma comunidade chamada Belo Monte, às margens do Rio Vaza-Barris.

Consolidando uma comunidade não sujeita ao mando dos representantes do poder vigente, Canudos, nome dado à comunidade por seus opositores, se tornou uma ameaça ao interesse dos poderosos. De um lado, a Igreja atacava a comunidade alegando que os seguidores de Conselheiro eram apegados à heresia e à depravação. Por outro, os políticos e senhores de terra, com o uso dos meios de comunicação da época, diziam que Antônio Conselheiro era monarquista e liderava um movimento que almejava derrubar o governo republicano, instalado em 1889.

Canudos foi alvo das tropas republicanas. Ao contrário das expectativas do governo, a comunidade conseguiu resistir a quatro investidas militares. Somente na última expedição, que contava com metralhadoras e canhões, a população apta para o combate (homens e rapazes) foi massacrada. A comunidade se reduziu a algumas centenas de mulheres, idosos e crianças. Antônio Conselheiro, com a saúde fragilizada, morreu dias antes do último combate. Ao encontrarem seu corpo, deceparam sua cabeça e a enviaram para que estudassem as características do crânio de um “louco fanático”.

A Guerra de canudos:


Contestado

A Guerra do Contestado (1912 – 1916) aconteceu em uma região disputada pelos estados do Paraná e Santa

Catarina, por isso o nome, pois era uma região contestada.

O motivo do conflito se deveu ao fato da construção da estrada de ferro que ligaria São Paulo ao Rio Grande do Sul ter deixado muitas pessoas em más condições enquanto os coronéis e a empresa norte-americana Brazil Railway Company, aumentavam seu poder e lucros.

Com o objetivo de construir a estrada de ferro, a Brazil Railway Company contratou mão-de-obra, levando, assim, muitas pessoas para a região. Ao mesmo tempo, o governo cedeu uma grande extensão de terra, cerca de 15 mil metros, nos limites do Paraná e Santa Catarina, mas aproveitou o pretexto e desapropriou as terras dos camponeses porque descobriu que poderia lucrar com a erva-mate, bem como com a madeira existente na localidade.

Quando a linha férrea ficou pronta, a empresa não garantiu o regresso das pessoas que tinham se deslocado para a região, permanecendo ali sem qualquer apoio; acresce ainda o fato de os camponeses terem ficado desempregados e sem as suas terras para trabalhar, situações que provocaram o empobrecimento da população dessa região.

Surgiu então José Maria de Santo Agostinho, um monge peregrino que se sensibilizou com a situação dos camponeses, os quais respeitavam muito os peregrinos e qualquer movimento messiânico, assim, José Maria logo ganhou adeptos, nas suas pregações falava do fim do mundo nos anos 2000, era contra a república e tinha fama de curandeiro porque estudava as ervas e com elas auxiliava muitos doentes, fundou uma comunidade a fim de receber os oprimidos – Quadrado Santo, razão pela qual a Guerra do Contestado ficou também conhecida como Guerra Santa.

O governo, este envia soldados para a região a fim de perseguir o monge e seus seguidores, e com o objetivo de desmanchar a comunidade e obrigar a retirada dos camponeses. A guerra iniciou com o armamento dos soldados contra as ferramentas agrárias dos fazendeiros, o que levou a morte de muitas pessoas, a maior parte camponeses, inclusive do seu líder, que foi morto na Batalha de Irani – local para onde tinham fugido.

Os seguidores do beato não pensaram em se render, pelo contrário, novas sedes foram construídas e houve grande resistência, os conflitos continuaram com um grande contingente de soldados, aviões, metralhadoras, fuzis e canhões.

Foi montado um cerco aos rebeldes, que dentro de pouco tempo começaram a sofrer com a falta de alimentos e remédios. Por outro lado, líderes como o temível Adeodato Ramos estabeleceram um verdadeiro regime de terror entre os camponeses, que, se acusados de traição, eram sumariamente executados. Os últimos combates aconteceram em 1915, quando, exaustas de tanto sofrimento, famílias inteiras se entregaram. 

A Guerra dos Pelados:



O Cangaço


Entre o final do século XIX e início do século XX, até a década de 1930, havia na região nordeste do Brasil, bandos de homens armados, conhecidos como cangaceiros. Eles agiam desafiando o poder dos coronéis, atuando à margem da lei.

Inicialmente, eram sustentados por chefes políticos locais em troca de proteção armada ou de ajuda na resolução de conflitos entre famílias rivais.

Com o passar do tempo, eles começaram a agir por conta própria, assaltando e saqueando fazendas, armazéns e comboios.

A literatura e a memória popular construíram uma imagem romantizada em torno da figura do cangaceiro. Uma mistura de bandido e justiceiro social que enfrentava o poder dos coronéis e a extrema pobreza da vida no sertão, roubando dos ricos e dando aos pobres. Entretanto, eles não passavam de criminosos que agiam de acordo com seus interesses. Agindo, até mesmo, em alguns casos, de forma violenta e desumana.

Os principais líderes do cangaço foram Antônio Silvino (1875-1944), Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião (1900-1938) e Corisco (1907-1940).

Lampião cobrava dos fazendeiros e comerciantes, uma espécie de “imposto”. Quando o objetivo era se vingar, espancavam, torturavam e degolavam tanto os ricos quanto os pobres. Em 1938, Lampião e grande parte de seu bando são delatados por um comerciante. São mortos e decapitados.

Corisco sucede Lampião na chefia do bando, mas também é morto, em 1940. Sua morte representou o fim do cangaço.

Lampião o Rei do Cangaço:

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