Maias - 7º Ano
Os maias foram uma civilização pré-colombiana que se desenvolveu na América Central a partir de, aproximadamente, 1800 a.C. O auge da civilização maia é conhecido como Período Clássico e aconteceu entre 250 d.C. e 900 d.C. Nesse período, esse povo realizou um grande número de construções, e a população que habitava a região alcançou seu pico.
Os maias ficaram muito conhecidos por possuírem conhecimentos muito avançados em áreas como Astronomia e Matemática.
Politicamente, organizavam-se em cidade-estado, o que significa que os maias nunca formaram um império com fronteiras consolidadas. O poder dos reis estendia-se, exclusivamente, sobre os domínios de suas cidades. Sobreviviam da agricultura, e seu principal alimento era o milho."
Localização
Os maias desenvolveram-se na região da Mesoamérica, localizada na América Central em regiões que correspondem, atualmente, ao México, Guatemala, El Salvador, Belize e Honduras. Em virtude de sua localização, os maias são também conhecidos como povos mesoamericanos.
Política
Os maias organizavam-se sob a forma de cidades-estado, o que significa que cada cidade era autônoma, com governantes específicos para cada uma. Dessa forma, não havia centralização política, o que fez com que essa civilização nunca possuísse um império com fronteiras estabelecidas.
As cidades-estado maias realizavam comércio e mantinham relações bélicas entre si. Assim, eram comuns guerras entre essas elas, buscando impor domínio sobre as outras. De tempos em tempos, uma nova cidade maia passava a exercer domínio sobre parte da região. Como exemplo, podem ser mencionadas as cidades-estado de Tikal e Calakmul.
O rei, conhecido como ajaw, era a autoridade máxima da cidade e era enxergado por seus súditos como uma manifestação dos deuses. Eventualmente, os reis maias poderiam ser mulheres. Isso acontecia se o rei nomeado não tivesse idade suficiente ou caso estivesse ausente, lutando em uma guerra, por exemplo.
Uma parte importante da cultura dos maias estava relacionada com os sacrifícios humanos. Esses povos acreditavam que o sangue humano era fundamental para o funcionamento do Universo, logo, os sacrifícios eram uma forma de agradar aos deuses e de evitar que o caos reinasse.
Podem ser destacadas algumas cidades-estado maias, como Copán, Tikal, Palenque, Calakmul, Bonampak, Mayapán e Chichen Itzá.
Sociedade e cultura
A sociedade maia era hierarquizada, assim, existiam diferentes grupos sociais, cada um com papéis e importâncias específicos na sociedade. O maior grupo da sociedade maia eram os camponeses, responsáveis pela agricultura e pela produção de alimentos. Havia ainda uma nobreza, responsável por cargos relacionados à administração das cidades-estado e pelo sacerdócio religioso. Por fim, havia o rei, chamado de ajaw, que era autoridade máxima de cada cidade.
Os maias acreditavam que o mundo funcionava de maneira cíclica. Dessa forma, o fim de uma fase representava o início de outra fase distinta. Possuíam um sistema de calendário duplo, no qual havia um calendário solar e um calendário sagrado. O primeiro era conhecido como haab e possuía 18 meses de 20 dias cada mais 5 dias, considerados dias de azar, totalizando 365 dias.
Na matemática maia ficou conhecida por ser bastante sofisticada e complexa, destacando-se o fato de conhecerem o número zero, um feito que pouquíssimos povos conseguiram.
Desenvolveram um sistema de escrita baseado em hieróglifos. Parte importante do conhecimento que se tem sobre a escrita e outros aspectos da cultura maia provém de três códices (manuscritos antigos), que foram levados para a Europa. Esses códices são chamados de Dresden, Madrid e Paris.
Religião
Os maias acreditavam em diversos deuses, portanto, sua religião era politeísta. Esses povos acreditavam que seus deuses habitavam um local chamado Tamoanchan, paraíso que fazia parte da cosmovisão de vários povos da Mesoamérica. Acreditavam ainda que diferentes locais da natureza eram sagrados e possuíam diversos espíritos. Cada cidade maia possuía um deus específico.
Os maias acreditavam na importância dos sacrifícios humanos, diversos deles eram realizados como forma de manter os deuses satisfeitos e o Universo em funcionamento. Os sacrificados, em geral, eram prisioneiros de guerra ou pessoas que se entregavam para serem sacrificadas.
Esses rituais aconteciam com grande violência. As principais formas utilizadas de sacrifício eram a decapitação e a retirada do coração da pessoa enquanto estivesse viva. A prática religiosa dos maias também possuía cultos de transe, que aconteciam a partir do consumo de um cigarro narcótico e de bebidas alucinógenas. Esse tipo de ritual era restrito à elite.
Entre os diversos deuses maias, podem ser citados Itzamná, deus criador do Universo; Kinich Ahau, deus Sol; Chac, deus relacionado com a água; Bolon Tza’cab, deus relacionado ao cetro; Ah Puch, deus da morte; e Ix Chel, a senhora do arco-íris.
Decadência
Após o período de auge da civilização maia, iniciou-se sua fase de decadência, conhecida como Período Pós-Clássico. Os historiadores não sabem explicar especificamente o que causou a decadência maia, mas são sugeridos alguns motivos, como: falta de alimentos em virtude do esgotamento da terra e da superpopulação, desastres naturais, doenças e ataques estrangeiros.
Independente dos motivos, os historiadores apontam que determinados locais maias sofreram um severo esvaziamento populacional, com grupos de pessoas mudando-se em massa para outras localidades da Mesoamérica. Quando os europeus chegaram à região no começo do século XVI, esse processo de decadência maia ainda estava em curso."
Fonte: Maias: quem eram, localização, organização - Brasil Escola
Vídeos:
Grandes Civilizações - Maias Parte 1
Grandes Civilizações - Maias Parte 2
25 Coisas incríveis dos Maias
Uma
Civilização que Durou Mil Anos
Muitos anos antes da chegada
do navegador Cristóvão Colombo à Nova Terra, a civilização maia floresceu e
desapareceu na América Central e do Norte, ao longo de mil anos. Mais que
doceis ou selvagens índios, como quiseram pensar os conquistadores europeus, os
maias deixaram um legado inestimável de organização social, de conhecimento
cientifico, especialmente astronomia, matemática e engenharia.
Foram capazes de construir, em
meio à unidade, e calor da selva, impressionantes edifícios de pedras,
milimetricamente justapostas. Também formularam um calendário de 365 dias,
ergueram cidades-estados e abriram canais para irrigar terras secas como a de
Iucatã, no México.
Além de excelentes astrônomos
e engenheiros, foram também guerreiros. Suas guerras não tinham o objetivo de
anexar territórios, mas, sim, de impor tributos e capturar prisioneiros para
serem sacrificados. Aos vencedores, a honra, e ao sangue do inimigo. Mas nem só
de sangue viviam os maias. As construções em Tikal, Guatemala, Monte Albán,
Palenque, Uxmal, Chichén Itzá e Tulum, no México, mostram em povo ungido de
sabedoria.
As ruinas de Tikal, do século
I dC, são de palácios, templos, mercados e habitações, que ocupam uma área de
40 km², suficiente para abrigar 100 mil pessoas. Em 700 dC, em Tikal atingiu
seu auge. Duzentos anos depois, porém, eu povo, sem nenhuma razão aparente,
abandonou tudo. E a selva invadiu a cidade.
No México, são tidas como
principais representantes da cultura maia no país as cidades de Palenque e
Chichén Itzá (Cidade dos Bruxos da Água). Em meio à selva cerrada, o sitio de
Palenque, no estado de Chiapas, inclui ruínas de palácio e uma grande pirâmide
(O Templo das Inscrições). Por quase 70 anos, entre 615 a 683, a cidade foi
governada pelo grande rei Pacal, cujo sarcófago foi estudado, na década de
1950, pelo pesquisador alemão Heirinch Berlin. Na urna funerária, Berlin
encontrou hieroglifos, que, mais tarde, se descobriu serem inscrições que
reconstituem as sagas dinásticas de cidades maias.
Em Chichén Itza, a três horas
de Cancún, encontra-se a grandeza cientifica dos maias: o Templo de Kukulkan,
usado como observatório astronômicos. Com 91 graus, suas quatro faces
representam as estações do ano. E nos dias 21 de março e 23 de setembro, quando
o dia tem exatamente a mesma duração da noite, o Sol incide sobre a pirâmide e
projeta uma sombra nos degraus, que combinada com a grandes cabeças de pedra
esculpidas na base, formam a imagem de Kukulkan, o deus da serpente emplumada.
Ao norte da Cidade do México,
encontra-se Teotihuacán, que teria florescido a partir do primeiro século da era
cristã. Suas ruinas revelam a existência de uma cidade multiétnica densamente
povoada. Por volta de 600 dC teria sido uma das maiores cidades do mundo,
habitada por 200 mil pessoas.
O Estado de São Paulo,
17/01/1998
Questões sobre o texto:
1)
Qual o legado deixado pelos maias?
2)
Cite outras realizações dos maias?
3)
Qual era o objetivo das guerras maias?
4)
Quais as cidades do México são consideradas
como representantes da cultura maia no país?
5) O que representa o Templo Kukuçkan para a cultura maia?
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